Colar de Látex uma volta | Jamaraquá
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Medidas aproximadas: altura 3 cm x diâmetro 10 cm x circunferência 30 cm
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A região do Alto Rio Negro possui uma rica variedade de objetos e artefatos que compõem a cultura material de cerca de 23 povos que compartilham este território na fronteira do Brasil com a Colômbia. Dentre este repertório estão as famosas cerâmicas Baniwa e as cerâmicas Tukano, ambas com suas características e especificidades únicas, que nos mostram as infinitas possibilidades da matéria prima do barro e suas variadas aplicações na cultura de cada povo.
Cerâmicas Baniwa: retomada de uma arte ancestral
Para os Baniwa, família linguística Aruak, o rio Içana é o local de onde seus ancestrais míticos vieram trazendo os saberes para seus povos. A cerâmica, akhepa (na língua baniwa), é uma dessas práticas e sabedorias que resistiram de geração em geração. Tradicionalmente são as mulheres baniwa do rio Ayari que através de um conjunto de técnicas milenares produzem as famosas peças brancas consideradas a marca da cultura material dos povos Arauak. Ricas em ornamentação gráfica, estas cerâmicas são realizadas para o uso cerimonial, sobretudo em rituais como o dabucuri (poodali) e o ritual de iniciação (kowaipan). Em ambas as ocasiões, os alimentos e bebidas são servidos nestas cerâmicas em formas de tigelas, bilhas, taças e moringas. São peças claras com pinturas alaranjadas que contrastam com a cerâmica preta e pinturas em negativo produzidas pelas mulheres dos povos Tukano.
"Primeiro deve-se coletar a matéria prima, dekai ou argila, a qual não pode ser encontrada em qualquer lugar, somente em igarapés ou margens específicas, onde foi deixada pelo nosso criador." Conta Braulina Aurora Baniwa, que em 2018 se graduou em antropologia pela UNB com uma extensa pesquisa sobre os saberes femininos Baniwa. Segundo ela, o diferencial na produção de akhepa é saber fazer bem a mistura, que posteriormente facilita o acabamento perfeito para receber as pinturas de sílabas gráficas. Tais pinturas são aplicados nas superfícies das cerâmicas com o pigmento resultado de uma argila amarela (eewa, em baniwa) com um líquido ácido, que pode provir do caldo de mandioca amarga (manicoera), do suco de limão ou do suco do cubiú. Cada traço é feito usando delicados pincéis construídos com mechas dos cabelos das jovens ceramistas, e são em si um processo de sociabilidade e construção de vínculos das mulheres da família que resguarda este saber e com os objetos fabricados.
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BANIWA
Desde os tempos coloniais, o nome Baniwa é usado para todos os povos que falam línguas da família Aruak ao longo do Rio Içana e seus afluentes.
Atualmente as 93 comunidades deste povo estão localizadas na fronteira do Brasil com a Colômbia e Venezuela ao longo das margens do Rio Içana e seus afluentes Cuiari, Aiairi e Cubate, Alto Rio Negro/Guainía e nos centros urbanos de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel e Barcelos (AM). Participantes ativos no movimento indígena da região, suas cestarias de arumã os tornaram famosos para além das fronteiras de seu território. Esta arte milenar lhes foi ensinada pelos heróis criadores, e atualmente fazem parte do movimento de resgate
Fonte: Instituto Socioambiental / ISA
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